24.11.10

Breathe

Abrir os olhos e não conseguir ver as cores,
Tudo branco, de um branco que dói,
Os fecho.


Respiro.


Abro novamente e vejo que uma cor ou outra voltou, mas não todas,
E uma sensação estranha me toma,
Olho os dedos de minhas mãos,
Meu esmalte está todo lascado,
Minhas unhas, sem vida.


Respiro.


Me levanto, sentindo uma dor familiar nas pernas,
Tento esticá-las o mais forte que posso,
Mas quase caio,
Então começo a caminhar devagar.


Respiro.


Minha cabeça não para de latejar, pensamento atrás de pensamento,
Parece que tudo está explodindo,
E eu, em câmera lenta,
Sem conseguiu parar.


Respiro.


O telefone toca,
Atendo desconfiada, com a cabeça ainda a doer,
Ouço a voz do outro lado,
Sinto pequenos arrepios em um de meus braços.


Respiro.


Ele tenta me tirar disso,
Tenta me salvar,
Me mostra tudo o que há de melhor e mais tranquilo,
Começo a sorrir,
Começo a gostar de novo,
Minha cabeça volta a ficar boa,
A paranóia vai embora,
Tudo ruim está sumindo,
Ele continua a me fazer bem,
Estou quase em meu ápice.


Acordo.

Era um sonho.

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