21.2.12

Primeiro 2012

Dizer,
Pensar,
Explicar,
Distinguir...

Acordei com vontade de fazer o que?
Falar com quem?

Na verdade, tudo isso, este Carnaval, anda um tédio só.
Nada de animado, novo, nenhum passeio, nenhuma feição nova, somente a minha casa mesmo, tanto de dia, quanto a tarde e a noite.
Quase aprendi a sentir a respiração dela, e me agoniei cada vez mais com isso.
As teclas do computador já estão de saco cheio de minhas digitais, e a televisão, nada me fornece, como sempre.
O aparelho de DVD reclama os filmes deprê que ando assistindo, isso para quê?
Não sei responder ao certo, sei que tenho medo da dependência de algumas coisas, isso me arremata deveras.
Sei também, que esta primeira postagem esta uma merda e que muito provavelmente eu deveria ter começado o ano com algo interessante, proveitoso. Meses e meses afastada daqui, e estou voltando sem um texto digno, mas é que anda tão difícil guardar tudo, e este lugar me compreende tão bem...
Pretendo voltar para não mais deixá-lo, isso aqui guarda tantas lembranças, tantos momentos, não da pra deixar assim, simplesmente assim...

A maior questão é: estou mesmo ficando chata, ou tudo isso que penso tem certo fundamento?

É isso.

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A um livro

No silêncio de cinzas do meu Ser
Agita-se uma sombra de cipreste,
Sombra roubada ao livro que ando a ler,
A esse livro de mágoas que me deste.

Estranho livro aquele que escreveste,
Artista da saudade e do sofrer!
Estranho livro aquele que me puseste
Tudo o que eu sinto, sem poder dizer!

Leio-o, e folheio, assim toda a minh'alma!
O livro que me deste é meu, e salma
As orações que choro e rio e canto!...

Poeta igual a mim, ai quem me dera
Dizer o que tu dizes!... Quem soubera
Velar a minha Dor desse teu manto!...


Florbela Espanca

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Assim que abri o livro de sonetos dela, dei de cara com esse, e sabia que tinha de pô-lo aqui.
E esta feito.
Bom início de ano a nós, novamente unidos aqui.
E e meus textos, meus textos e eu. Tudo um tanto quanto desconexo.