22.3.10

Saudade

Lembranças...
Abraços partidos,
Beijos interrompidos,
Sentimentos divididos.

Vestígios que passam desapercebidos,
Por entre ventos amortecidos,
Que passam lentamente,
Abreviando o que é esperado.

Um sentimento de saudade que não se explica,
Um sentimento de vontade que não se aplica,
Um sentimento de lembrança que não se complica.

Pelo simples motivo de ser um todo de um passado, que talvez em alguns momentos, se faça reviver no presente, mas apenas por pensamento, apenas por uma vivência antiga, passada.
Aquela que nos traz uma espécie de melancolia, uma pequena dor que as vezes invade sem aviso prévio, sem dicas do que está por vir, simplesmente vem...deixando saudade, deixando lembrança, deixando saudade.

Mundo, mundano, mundos, aqui.


É bom imaginar o mundo...
Isso depende, é claro, de seu humor.
Mas de um modo geral, é bom fazê-lo.
Podemos adicionar cores, diversos fundos, sendo eles obscuros, pitorescos, românticos, divertidos.
Podemos adicionar personagens de diversas formas, personalidades, humor, e tudo aquilo que se tem vontade de criar em cima de apenas um deles, ou em todos.
Pode-se ter apenas um monólogo, sobre a filosofia da vida, ou sobre uma noite mal dormida, ou um amor platônico. Ou ainda, tem diversos diálogos, loucos, fora da realidade, tristes, fascinantes, e até mesmo, bobos.
É, de fato imaginar o mundo é bom.


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Sem título.

Dentro da torre mais baixa daquela pequena vila,
Havia um homem descrente e melancólico,
Louco por uma velha pilha,
De jornais antigos e católicos.

Ele era apaixonado pela imagem que neles estava,
Não sabia exatamente quem era,
Mas apaixonado era,
Pela imagem velha que ali restava.

Nada mais lhe importava,
Pelo fato de aos jornais não ter acesso,
Sua melancolia aumentava,
Pelo modo como de lá estavam sendo retiradas, seu processo.

No último instante,
A imagem foi andando,
Através de um moribundo rastejantes,
Que de lá as estava retirando.

E o homem que tanto desejou a mesma,
Olhava frustrado ao acontecimento,
Suas pernas não se moviam. Tolo, besta!
Perdera a imagem que tanto lhe trazia sentimento.

-Marina Queiroz.

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As rimas estão terrivelmente mal feitas, mas é que certos acontecimentos pedem textos específicos, não é nada demais, mas estou com vontade de ficar escrevendo, enfim, formigas nos dedos. Estou rindo demais, fato, porque este é o pior texto que já escrevi, mas não vou apagar, afinal, hoje quero dividir a vergonha alheia. (ainda rindo), que bela merda!!

21.3.10

Sem título.


Não tenho um número exato de sapatos,
Nem ao menos sei quantos pares tenho,
Gosto de bancar a chata por milhões de vezes,
Gosto de deixar meu quarto pelo avesso.
Estou procurando por minha agenda telefônica,
Mas no meio desta bagunça,
Acho apenas um par de meias furadas,
Aquelas, que minha gata ora ou outra,
Havia me furtado.
Achei de repente,
O suéter que procurava há décadas,
Tamanha a felicidade da pessoa,
Uma simples blusa,
Enfim...
Não encontrei o meu anel da sorte,
Que anda sumido há tempo de mais,
Não sei se está aos meus pés, ou de baixo da cômoda do meu quarto,
Ainda irei de achá-lo.
Procuro também,
Por um sentimento estável,
Um pensamento estável,
Mas nunca encontro,
Parece que a estabilidade não gosta de mim.
Parece que tudo roda,
Foge,
E é passado com toda velocidade,
Sem que eu tenha tempo de observar aonde poderia estar.
É, eu ao menos,
Gostaria de ser menos assim,
Menos perdida,
Menos maluca [?],
Menos, menos...

-Marina Queiroz

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Acho que dormir muito me afeta no momento, deveria ter dormido menos, e deveria estar fazendo algo mais produtivo do que estar sentada aqui em frente, mas ainda faço, e hoje.
Acordei me sentindo estranha, o que é de certa forma, é uma novidade em alguns pontos, mas enfim, não virei a discutir agora. Estou planejando este domingo ensolarado, que ainda não saiu do papel¬¬.

20.3.10

Night light night light...

Ah...a noite!

Pode estar dentro do breu, quem sabe até, uma claridade absurda.

Luzes artificiais, quem não gosta?

Aquela mistura de cores, aquela psicodelia, aquela forma artística louca.

Quem não gosta?

Ah...a noite!

Pode estar frio, daqueles que nos congelam, ou pode estar aquele calor insuportável, onde a necessidade de uma garrafa de cerveja bem gelada cresce, cresce...

Ah...a noite!

Com a melhor companhia, ou com o moribundo que você conheceu à dois minutos, mas que lhe oferece gentilmente uma cadeira a mesa, com um conhaque a sua espera.

Quem nega?

Ah...a noite!

Observando o céu estrelado no mais absoluto silêncio, ou quem sabe, observando os bêbados andando tortos pela rua mais movimentada da cidade.

Nada mais importa, afinal...

Ah...é a noite!

19.3.10

Coffee



-Travesso, promíscuo, safado, vagal!!!

-Mas por quê você diz isso?

-Porque você fica tocando minhas pernas sem ao menos saber se me agrada, sem ao menos me conhecer!

-Isso te incomoda?

-Ora, acha mesmo que não haveria de me incomodar?

-Não sei, tenho o hábito de fazer isso em algumas moças, e nenhuma delas nunca se incomodou antes.

-Pois saiba que me incomoda, e muito!!

-Tudo bem, me desculpe...Aceita um café?

-Como?

-É, um café, um refrigerante, um suco, não sei, quer tomar algo?

-Acha mesmo que depois de ter passado a mão na minha perna, sem minha autorização, irei mesmo tomar algo com você? Por que o faria?

-Porque você, assim como eu, está curiosa para saber o que me levou a fazer isto.

-Sinto lhe desapontar, mas não estou.

-Será que não?

-Não, estou certa disso.

-Ótimo, aceita um café?

Ela o olha incrédula.

-Não.

-Por que?

-Não quero.

-Dois minutos?

-Não.

-Juro que se fizer algo errado poderá me punir.

-De que forma?

-Dando-me um beijo.

-Que tipo de beijo.

-Um beijo apaixonado.

-Mas não sou apaixonada por você.

-Não me importa, pelo menos, não agora.

-Você é louco, está com problemas?

-Meu problema é querer tomar um café com você.

Ela segura o sorriso.

Ele hesita um pouco, mas só um pouco..:

-Café?

-Um minuto.

Ele sorri, ela tenta intimidá-lo. E a mão na perna já fora esquecida.

18.3.10

Abraço


Eu tinha o estranho hábito de fazer tudo do modo mais estranho.
Eu tinha o estranho hábito, de querer coisas estranhas.
Eu tinha o estranho hábito de olhar só para o complexo.
Eu tinha o estranho hábito, de me enclausurar em uma única e própria realidade.
Aliás, ainda possuo partes, de todos esses estranhos hábitos.
Mas algo mudou...
Agora, eu ainda faço as coisas de modo estranho, mas com maiores intuitos e resultados.
Agora, eu quero coisas estranhas, e as simples também, por que não?
Agora, eu olho as pequeninas coisas e pessoas, com ainda mais atenção.
Agora, nem sempre fico tão fechada em minha bolha, ando abrindo um pouco este estranho casulo.
Agora, eu não ligo mais se você me beija publicamente, me sinto mais a vontade.
Agora, eu não ligo se as vezes solto frases bobas, porque de um modo ou de outro, você acha graça, mesmo eu me sentindo tola em fazê-lo.
Agora, eu penso que é no seu abraço que quero estar, e é no seu interior que quero permanecer.
Agora penso, que de fato, muita coisa mudou, e que eu não vejo certas coisas como via antes, aliás, muitas delas andam bem claras ultimamente.
Acho que a culpa é sua (risos).
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Estou boba e idiota hoje, enfim...
É um lapso, amanhã volto ao normal. (risos, risos)

15.3.10

13:10


Para começar a semana bem!

14.3.10

Eu, ele, nós...


Eles eram um casal meio estranho, meio diferente, meio longe de um certo comum, ainda melhor, acho que completamente longe do mesmo.
Eles não eram do tipo extremamente fofinhos, ou cheio de frescurinhas e blá blá blá.
Eles tinham sim sua graça, e suas brincadeiras divertidas, mas não era demonstrado, apenas entre ambos, o que se tornava ainda mais fascinante.
Eles não faziam a linha casal do ano, ou nada muito parecido...
Chegavam a dizer que eles, nada tinham a ver, nada mesmo.
Mas ambos sabiam, que por mais diferente que fossem, o que tinham em comum era o os ligava, e o que tinham em incomum, era o que os fazia ser o que eram, repletos de defeitos e qualidades, que já sabiam quais eram, sabiam o modo como as despertar, como as acalmar, bastava olhar para saber, bastava ouvir a voz.
Era meio estranho, pois eles andavam meio diferentes, ela, um tanto estranha, quase excêntrica, ele, fazia a linha comportada, básico. Ela, curtia umas bandinhas desconhecidas, ele, curtia um rock meio praiano. E muito nada davam para o casal, mas eles, em seu interior, nem ligavam, pois tinham certa segurança com alguns aspectos e afins.
Ele um dia, encostou o carro na guia, a uns cinco metros da praia, não mais. Ela colocou os óculos escuros, pois o sol estava forte. Ele, arrumou a calça jeans, ela, abriu a porta e saiu do veículo, e observou aquela paisagem calma, tranquila, que a rodeava no momento. Ele, saiu também do carro, fechou a porta e encostou no mesmo, ficando de costas para a praia e acendendo um cigarro. Ela se virou, foi na direção dele, e o olhou, sem nada dizer. Ele lhe ofereceu um trago. Ela aceitou. Eles se olhavam, sem o fôlego perder, ou o oposto, talvez. Num impulso, ele a beijou, ela respondeu.
E naquele instante, eles descobriram que independente do que falassem, independente dos erros, e frases mal faladas, eles lá estavam, se olhando, se gostando, e rindo, de um não se sabe o que exatamente. E sabiam ainda mais, sabiam que o amanhã poderia lhe reservar algo melancólico, que daqui a dez minutos eles poderiam estar sem falar, mas algo ali valia a pena, ainda não se sabia exatamente o que, mas que valia, valia.

13.3.10

Lips



Porque tudo, sempre, de alguma forma, acaba razoavelmente bem.

Tudo de um jeito ou outro vai te convencer de que valeu a pena, e de que foi bom o suficiente para demorar a ser esquecido.

E quase tudo se sela com um beijo.

Mas que tipo de beijo?

Avassalador? Apaixonado? Tolerante? De má vontade?

Qual deles?

Ainda não se sabe...

Sabe-se apenas que os famosos "cherry lips" lá estão, apenas aguardando por mais uma vítima, mais um longo e perdido beijo, aquele com que se acaba um dia, uma noite, um tudo.

Aquele com que se inicia um dia, se termina uma conversa, se embala uma risada, e se degusta um bom vinho, aquele em que você de repente se pega viciado e dificilmente irá querer se livrar, aquele em que mesmo sendo sua maior e mais terrível perdição, você nem liga mais, pelo simples fato de que a tentação já te alcançou há um tempo, e um beijo a mais, ou um a menos, não vai mudar tanto.

Afinal, você já se viciou nesses tantos beijos, de que tanto gosta, tanto presa, tanto almeja, tanto deseja, já não importa mais.

O que de fato deve-se atentar, é o cair da noite, onde todos os beijos e desejos te aguardam, dentro de uma rua movimentada, um beco mais escuro, um boteco caído, ou quem sabe até, ao seu lado.

1.3.10

Fragmento #01

Nem tudo o que se escuta de fato se absorve,
Nem tudo o que se come, de fato pode ser degustado,
Nem tudo o que se pensa, pode ser executado,
Nem tudo o que se sente, expressado.

Minha lista musical se altera a cada dia,
Minha letra, não anda saindo a mesma,
Minhas palavras atravessaram certas, pequenas fronteiras,
Meus olhares, já não sei mais por onde vagam,
Meus pensamentos, andam me deixando lapsos e surtos inversos e ansiosos,
Meus desejos, me traindo, de certa forma.

Mas nada se compara aos sonhos,
Aquele onde tudo de distorce,
Se inverte,
Se converte,
Se renova.

Nada mais vale do que uma boa viagem,
Não precisa ser tão longa,
Mas também, não vale ser tão curta,
Que seja de bom tamanho, em períodos confortáveis.
Que seja divertida e transmita certo suspiro,
Àqueles pulmões que tanto o necessitam.

Que seja feliz e construtivo,
Estes mesmos sonhos,
Para assim, logo ao amanhecer,
O incentivo de um dia proveitoso cresça,
E a idéia fixa de enforcar alguém suma.

Para assim, logo ao amanhecer,
As idéias fiquem firmes e criativas,
E a idéia de um sono profundo e interminável desapareça.

Para assim,
Logo ao amanhecer,
Eu possa recordar do último beijo da noite,
Aquele,
Que supostamente,
Fez meu humor melhorar,
E a idéia de enforcar alguém,
Ou de prolongar o sono,
Desapareçam, ambas, rapidamente,
E ao longo deste dia,
A mente volte ao seu normal,
Ora feliz, ora angustiada,
Mas sem seus longos e tenebrosos medos.


-Marina Queiroz

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