10.12.08

Mais uma sexta...

É mesmo,
Tinha todos os motivos para estar feliz e contente na sexta-feira,
Haviam muitas pessoas,
Estávamos no bar,
Meu copo cheio,
Muitas risadas a meu redor...

E aquele vazio persistia.

Tentávamos todos ficar na mesma sintonia,
As conversas estavam divertidas,
Todos sorriam muito,
Todos aparentavam estar felizes,
E eu demonstrava também...

Porém o vazio ainda persistia.

Boba sou eu,
Que cria expectativas,
Cria ilusões,
Eu podia sentir que realmente a melancolia ia se aproximando com o cair da noite,
Mas poxa,
Não era justo estragar a noite dos outros,
Então,
Eu permaneci lá,
E a melancolia começava a ficar intensa...

O vazio tinha se estagnado.

Até que resolvemos ir embora,
E quanto mais risadas eu dava,
Maior meu vazio ia ficando,
Estava me sentindo em outro lugar,
De um outro modo,
Até que finalmente,
Meu anjinho mais uma vez me entendeu,
Aliás,
Estávamos mais ou menos da mesma maneira,
E depois de uma breve (infelizmente) conversa,
Cheguei em casa um pouco melhor.

Porém o vazio além de ter estagnado, não vazia força alguma para ir embora, e mais uma vez, a noite caia adentro e eu já não sabia mais aonde iria terminar.

25.11.08

Me acompanhe

Serei obrigada a confessar,
Que quanto mais tempo passo pensando em realmente quem sou eu,
Mas me atrapalho,
Me confundo nas entrelinhas,
E tropeço em minhas crises de identidade.

Seria tão mais fácil
Se eu tivesse a oportunidade de fugir desses tais pensamentos,
Se eu simplesmente pudesse deixá-los ali,
Num cantinho qualquer,
E sair em busca de toda a loucura,
De toda a atitude,
De tudo o que quero fazer.

Venha comigo,
Me mostre o que me aguarda,
Me atire aonde eu não possa me enxergar.

Me deixe bêbada,
Drogada,
Com esses teus beijos perturbadores,
Alucinantes,
E quando perceber que já não sou dona de mim,
Me leve,
E me faça aprontar,
Me faça gritar,
Chorar,
Me atirar...

E quando eu não mas puder respirar,
Apenas se deite ao meu lado e espere amanhecer,
E quando você ver os meus olhos se abrindo,
Lentamente me conte tudo o que fiz,
Tudo o que disse,
E se depois de me contar tudo,
Eu te olhar descrente,
Repita tudo o que foi feito ontem,
Mas repita sem me beijar,
Ao menos tenha compaixão e me deixe sóbria,
E faça...

Tudo,
Tudo de novo.

16.11.08


Quanto mais tento entender o que se passa na mente das pessoas, mas me atrapalho, mas me confundo.

A ponto de meus surtos não terem uma explicação plausível até mesmo para mim.

Tente ao menos manter a distância, estou proporcionando perigo agora, aliás, agora?

Ou desde sempre (nunca havia notado, eu acho).

Mas ao menos me deixe em silêncio, quieta, estagnada em meus próprios pensamentos.


Não tente me entender,

Nem me desvendar,

Nem ao menos tentar.


Preciso ao menos encontrar meu ar,

Voltar a respirar,

Sentir um terço de liberdade que já não mais sinto.


Minhas asas imaginárias já não me fazem sorrir mais,

Meus loucos e divertidos pensamentos já não me surpreendem como antes...


Preciso disso novamente,

Me sinto fechada neste meio que não sei qual é,

Não sei como funciona,

E não quero conhecer.


Preciso somente me libertar...

14.11.08

Apenas reflita...
Achei exatamente o que procurava buscava, só poderia ser Lispector:

Dá-me a tua mão

Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.

De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.

12.11.08

...Inconveniente?


Há somente uma alternativa,
Parar de pensar,
Parar de refletir,
Não mais optar por escolhas,
Mas sim,
Pela fuga,
Pela solidão,
Onde nela é encontrada as várias respostas,
E a paz,
Até mesmo a felicidade.

Loucura?
Ser só?
Não.
É apenas uma opção,
Que pode ou não ser pensada,
E feita.

Não há nada de errado em não querer "calor humano".
Aliás,

O que é "calor humano"?

Algo que muitas vezes é dispensável,
É relevante,
Se torna muito previsível...

E de tudo o que é muito bonito,
Muito apaixonante,
Muito previsível,
Muito perfeito.

Fujo.

7.11.08

Eu irei..te prometo.

Diga-me que vai ser engraçado,
Diga-me que será fora do comum,
Em alguma outra esfera,
Me diz que será divertido,
Pois se realmente for,
Eu prometo,
Irei.

Não precisa falar absolutamente palavra alguma,
Apenas me surpreenda,
Me mostre o quanto podes ser ousado,
Maluco,
E atirado.

Estou precisando um pouco de insanidade,
Aliás,
O que seria um ato insano?
Pode me mostrar?
Aliás me leve junto quando for cometê-lo.
Será um imenso prazer.

Minha pulsação se transformou,
Anda agitada,
Em busca de ação,
De loucura...

Promete mesmo me levar?

4.11.08

...Onde está a maldita coerência?

Inexplicavelmente,
Ando pensando demais
Nos "imprevistos" que ando fazendo,
Nos loucos desejos que andam me perseguindo,
E estranhamente,
Quando penso em loucuras,
Uma imensa vontade de rir me consome,
Fazendo com que meus votos incessantes de vida "perfeita" desapareçam,
E eu começo a viver,
Loucamente,
Apaixonadamente,
Livremente,
Por caminhos jamais imaginados,
Porém interessantíssimos...

A resposta é sim,
Conheci o diferente,
O outro lado.

Se gostei?
Resposta positiva novamente,
Houve algo diferente no ar,
No momento,
Algo que não tinha sentido antes,
E que tenho a maior vontade de explorar agora.

Mas não vou mentir,
Um pequeno medo me assombra,
Me invade de mansinho,
Me deixando confusa,
E ao mesmo tempo,
Me ajudando a não pensar,
E agir somente,
E ao agir,
Vejo que nada perdi,
Apenas ganhei,
Sim, ganhei a intensidade de um momento,
Que não irá se repetir,
Ou melhor,
Se repetirá,
Mas com outra intensidade,
Outros movimentos,
Novo momento,
E mais uma vez,
Deixarei involuntariamente
Meu corpo agir,
Assim,
Com um simples toque,
Um simples gesto,
Basta-me um olhar.

3.11.08

Think about your own self

Ela estava lá,
Somente observando o movimento,
O jeito como as pessoas andavam,
Como elas se vestiam,
E como elas reagiam em algumas situações.

Depois ela passou a ouvir o que acontecia a seu redor,
Ela escutava o barulho dos carros,
Dos ônibus,
E de toda atmosfera que a envolvia.

Ao mesmo tempo que ela escutava e via o caos,
Ela também podia ver a sincronia entre tudo.

Resolveu então acender o primeiro cigarro do dia,
E após o primeiro trago,
Viu que poderia passar o resto do dia lá apenas observando aquela cena,
Do louco, do caótico, do sincronizado.

De repente,
Ela se sentiu tão pequenina,
Tão invisível diante daquela cena,
Como se tudo aquilo tivesse absorvido demais sua mente,
Uma onda de desespero a pegou,
Ela ia se sentindo cada vez menor,
Cada vez mais insignificante,
E a tristeza foi tomando conta de seu interior,
E ela foi vendo sua essência modificar,
Ir embora,
Como um leve suspiro,
E quando estava quase se afogando naquela grande confusão de barulhos e visões...

Ela acordou,
E viu que realmente tudo não passou de um sonho,
Que ela estava lá,
Que estava tudo bem,
E por menor que fossem seus movimentos,
Alguém um dia iria notá-los,
E ela finalmente reconheceria sua importância.